miércoles, 25 de julio de 2012

Riscos de uma Supertesmpestade Solar (II)

Para poder avançar nesta questão devemos primeiro falar dos diferentes tipos de emissões que produze o Sol. Podemos resumi-las em três:
  1. Luz, que em sua forma mais geral chamamos ondas eletromagnéticas para incluir desde rádio-frequências, infra-vermelho, luz propriamente, ultra violeta e raios X.  As rádio-frequências, o infra-vermelho a a luz são capazes en maior ou menor medida de atravessar a atmosfera terrestre e chegar até a superfície, mas como são radiações não ionizantes, não representam nenhum perigo.  Já os raios-X e os ultra-violetas, perigosos para a saude, são quase completamente absorvidos na atmosfera.  Seus efeitos  só são sentidos nas camadas mais altas  ou no espaço exterior. Dada sua velocidade, são as primeiras evidência que recebemos de qualquer evento solar.
  2. Partículas carregadas. Pode se tratar de elétrons, prótons e néutrons, ou também de íons. Também são chamadas de raios cósmicos solares ou em inglês, Solar Energetic Particles (SEP). Estas partículas têm uma altíssima velocidade, próxima à da luz.  Os raios cósmicos não são capazes em geral de chegar até a superfície terrestre embora podem ser detectados de forma indireta pelos efeitos que provocam.  Como têm velocidades próxima à da luz, chegam uns minutos após às ondas.
  3. Ejeções de massa coronal.  Conformadas por uma grande quantidade de matéria (trilhões de kg) da atmosfera solar, transportam também  campo magnético. Sua velocidade de deslocamento é muito menor, entre 1.000 e 3.000 km/s. A massa solar é muito tênue e incapaz de atravessar a atmosfera terrestre, no entanto seu campo magnético  interage com o terrestre provocando efeitos visíveis, como as chamadas auroras polares.  Demoram em arribar à Terra entre 1 e 3 dias aproximadamente.
Durante as chamadas tempestades solares, uma ou  até as três formas de emissão podem estar presentes.    A discusão sobre seus efeitos é o miolo destes artigos. Em princípio podemos resumi-los da seguinte maneira: 1) e 2) afetam só os satélites danificando circuitos eletrônicos, fazendo-lhes perder sua orientação, gerando distúrbios que inibem a conexão com a base na Terra, colocando em risco a saude dos astronautas. 

As ejeções de massa têm um efeito indireto: a interação do campo magnético terrestre com o da ejeção pode provocar o ingresso na baixa atmosfera terrestre de uma gran quantidade de partículas. No vídeo acima pode-se ver uma animação de uma ejeção preparada pela NASA, desde que sai do Sol até que chega na Terra. Perto da Terra, os campos magnéticos entram em contato, as linhas sofrem uma reconfiguração e partículas carregadas que se encontram no espaço saõ aceleradas e entram pelos pôlos, onde o campo magnético é de maior intensidade.   São estas partículas as responsáveis de criar as auroras polares.  Também podem induzir correntes nas linhas de alta tensão sobrecarregando-as. Na visão de John Kapenmann, um engenheiro elétrico norte-americano e dono d euma firma de consultoria sobre segurança em redes de transmissão, este é o maior perigo que enfrentamos caso una supertempestade solar venha acontecer.  

É sobre este tema que vamos falar no próximo post.