viernes, 1 de mayo de 2009

O Calendário Maia

Escutei muitas vezes dizer que o Calendário Maia é muito mais preciso que o nosso. Quando pensamos o que a nossa tecnologia é capaz fazer, a comparação de calendários dá a entender que os maias possuiam uma tecnologia ainda superior. Não quero entrar aqui no debate de se o calendário maia era melhor ou pior que o nosso. Prefiro colocar uma perspectiva histórica.

O calendário em uso no mundo inteiro, chamado Gregoriano em homenagem ao papa Gregório XIII, foi instituido pelo máximo prelado da Igreja Católica em outubro de 1582. Apenas 40 anos antes tinha falecido Nicolau Copérnico (1543). Galileo Galilei tinha 18 anos, Johannes Kepler apenas 13, Isaac Newton ainda não era nascido. O telescópio era desconhecido, e os relógios altamente imprecisos. A mudança no calendário Juliano foi solicitada pelo Concílio de Trento (1563), passou por um longo processo até ser instaurado em 1582 e alguns dos maiores astrônomos da época, como Maestlin (mestre de Kepler) e Joseph Scaliger, consideraram que era péssimo. Apenas o prestígio de Christopher Clavius o manteve vivo.

Na verdade um calendário não precisa ser muito acurado. Ele serve apenas para que os agricultores tenham uma referência razoável da época do ano e poder assim decidir quando semear, e quando colher. Para a Igregia Católica, o calendário devia marcar a época da Páscoa, atada às lunações e o equinócio. Os calendários são um reflexo de nossa tradição cultural, social e religiosa.

No entanto uma espaçonave com destino a um outro planeta deve conhecer o tempo com precisão melhor que 1 segundo. Então, se consideramos o Tempo Atômico Internacional (TAI) o calendário de nossa era tecnológica, bem, ele é bastante mais acurado que o Maia.

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